sexta-feira, 18 de julho de 2008

Santa Marinha – Nossa Padroeira



É no domingo mais próximo de 18 de Julho, que nós costumamos celebrar a Festa da nossa Padroeira, Santa Marinha, Virgem e Mártir.
O Martirológio Romano, faz comemoração dela neste dia, dizendo que foi martirizada na Galiza, perto da cidade de Orense.
Lenda ou criação da imaginação popular, a verdade é que o ANO CRISTÃO do Parde Croiset, fala-nos do nascimento e da vida de nove irmãs, uma das quais era Marinha. Para falar de Santa Marinha, baseamo-nos no que o Monge Beneditino, Frei Bento da Ascensão, publicou em 1722. Nasceu na cidade de Braga, no ano de 120 da era crsitã. Era filha de Lúcio Caio Atílio Severo, régulo duma província em que, nessa altura, estava dividido o Império Romano. Residia na cidade de Braga e era casado com D.Cálcia Lúcia, ambos de famílias muitos ilustres, mas idólatras (adoradores de ídolos) e gentios.
Cálcia, depois de ter sido estéril ao longo de muitos anos, gerou nove meninas todas do mesmo parto. E quando o seu marido estava ausente a acompanhar o Imperador Adriano, viajando pela Península, Cálcia deu à luz as nove meninas. Dominada pela superstição, e para se livrar das sátiras do mundo e da natural indignação do seu marido, verdadeiramente desgostada, Cálcia resolveu mandar afogar as meninas todas.
Comunicou a resolução à única pessoa que lhe tinha assistido ao parto. Essa pessoa chamada Cita, era cristã, embora ocultamente. Obrigando-a ao mais rigoroso segredo, mandou-a divulgar que afinal tinha sido infeliz no parto e que aproveitasse o escuro da noite, para lançar as nove meninas num dos poços do Rio Este, que corria nos arredores de Braga. Mas o coração bondoso de Cita, encontrou maneira de salvar as crianças. Resolveu levar as meninas a Santo Ovídio, Arcebispo de Braga, que as baptizou. Depois a generosa Cita, procurou nos arredores de Braga, amas cristãs, para ciarem e educarem na fé cristã, as nove meninas; as despesas ficaram por conta de Santo Ovídio. As meninas tiveram uam educação tão esmerada que, sempre particaram as santas virtudes, pondo de lado as grandezas e as vaidades do mundo. Mais tarde, quando tiveram conhecimento do que se tinha passado com elas, estas santas irmãs resolveram habitar juntas, como se num convento, para assim melhor poderem servir a Deus. Assim viveram durante alguns anos nos arrabaldes da cidade de Braga, numa vida totalmente dedicada a Jesus Cristo.
Levantou-se então uma cruel e terrível perseguição, para tentar acabar duma vez por todas, com a doutrina cristã. Em Braga e em todas as terras do Império Romano, a pena de morte seria do castigo para quem não quisesse adorar ídolos. O Régulo, pai das meninas, logo mandou publicar este Decreto do Imperador de Roma. Quem não cumprisse, seria levado à sua presença, para leh serem aplicados os respectivos castigos. Os “ministros da justiça”, também foram a casa das nove irmãs; vendo que elas eram cristãs, levaram-nas presas à presença do Régulo, que não as conhecia por suas filhas. Logo ficou deveras impressionado com a atitude daquelas jovens. Fez-lhes várias perguntas e sobretudo de estavam resolvidas a cumprir o que o Imperador mandava: adorar os ídolos do Imperio. Genebra, a irmã mais velha, respondeu por todas: “A nossa pátria é a cidade de Braga. Se quereis saber a nossa descendência, podeis acreditar que nas nossas veias circula sangue da mais alta nobreza desta província, pois que todas nós somos tuas filhas e filhas de Cálcia tua esposa... Quanto à nossa religião, fica sabendo que todas adoramos Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, com Quem estamos desposadas pelo Baptismo; e todas nós estamos resolvidas a darmos o nosso sangue confessando o Seu nome, mesmo à custa dos maiores castigos.”. Contou ao pai tudo o que se tinha passado com elas e disse-lhe: “Aqui estamos na tua presença; dispõe de nós como melhor te parecer”. Logo que foram reconhecidas por filhas, tanto o pai como a mãe, tudo fizeram para as persuadir a adorarem os ídolos. Mas as nove meninas, com uma firmeza inabalável, despresaram todas as promessas, permanecendo firmes na sua fé. Ficaram presas no próprio palácio do pai. Resolveram fugir, separando-se, cada uma seguindo a sua direcção. Santa Marinha foi para a Galiza. Lá trabalhou na lavoura perto da cidade de Orense, até que foi descoberta que era Cristã. Foi muito perseguida e maltratada, mas tudo suportou: açoites, carnes golpeadas com pentes de ferro; as costas e os peitos queimados com ferros em brasa; metida numa fornalha em chamas. Tudo suportou. Foi então degolada em Águas Santas perto de Orense, onde mais tarde o Rei D.Afonso, o Magno, mandou construir uma Igreja dedicada ao seu culto.
Será lenda? Será realidade? É isto o que S.Bento da Ascensão, publicou em 1722, sobre Santa Marinha e as suas oito irmãs.
Têmo-la por nossa padroeira. Celebramos a festa em sua honra. Diante desta vida verdadeiramente atribulada e sempre bem aceite numa atitude de fé, de esperança e de firmeza à verdade que é Cristo, não teremos nada a admirar e a imitar para a nossa vida Cristã? Não precisaremos de pôr os olhos em Santa Marinha e pedir-lhe coragem como ela teve, para vencer tantas dúvidas e tantos contratempos da nossa fé?



Editoral do jornal "A voz da Paróquia" de Julho de 2006 - Padre Virgilo Francisco Gomes

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